ANÁLISE DA PERSONAGEM ELIZABETH BENNET, DE ORGULHO E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN
ANÁLISE
DA PERSONAGEM ELIZABETH BENNET, DE ORGULHO
E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN
Maria Lúcia Hartmann - EM 211
A obra Orgulho
e Preconceito de Jane Austen trata-se de um romance, que se passa durante o
romantismo europeu, e tem como uma das personagens principais Elizabeth Bennet,
filha do Sr. e Sra. Bennet, juntamente com mais quatro irmãs, Lydia, Jane,
Kitty e Mary.
Elizabeth, no decorrer da narrativa, morava com a
sua família, em Hertfordshire. A descrição da personagem acontece ao longo do
enredo, consoante a isso, ela era uma bela moça, tinha 20 anos, modesta, dócil,
com grande vivacidade e que adorava ler. Percebe-se que ela tinha opinião
própria, “um temperamento vivo e brincalhão e se deliciava com tudo que fosse
ridículo” (AUSTEN, 2010, p.28). Quando podia questionar e expressar suas
ideias, ela assim fazia.
Segundo a trama, a Sra. Bennet sonhava em, o quanto
antes possível, casar todas as filhas com rapazes nobres, que tivessem uma boa
vida financeira e um lugar agradável para morar. Uma confirmação deste
pensamento apresenta-se em uma de suas falas: “Um homem solteiro e de grande
fortuna, quatro ou cinco mil libras por ano. Que ótimo para nossas meninas!”
(AUSTEN, 2010, p.19).
Porém, é possível reparar que Elizabeth não
concordava com esse pensamento da sua mãe. Para ela, casar não era uma
necessidade, e quando viesse a acontecer, deveria ser algo que houvesse muito
amor de ambos os lados, e não seria só por interesse, como era o pensamento e
foco de duas de suas irmãs.
Nota-se ainda, que a família de Elizabeth não era
renomada; podia-se considerá-los pobres e ignorantes; as filhas nunca tiveram
uma governanta que ajudasse a mãe na educação e na criação delas. E um ponto
que sempre causava grandes discussões, era o fato de que, quando o Sr. Bennet
morresse, todos os seus bens e heranças passariam a ser do seu primo, o Sr.
Collins, o que gerava muito desconforto principalmente para a Sra. Bennet, que
via isso como uma injustiça e não sabia o que aconteceria com suas filhas
quando o marido “partisse dessa para uma melhor”. Observe a narração:
[...] este era um assunto a respeito do qual
a sra. Bennet não conseguia raciocinar, e ela continuava a se enfurecer
amargamente com a crueldade de se tirar a herança de uma família de cinco
filhas em prol de um homem com quem ninguém se importava (AUSTEN, 2010, p.78).
Repara-se que em certo momento, surge um novo
personagem na história, o Sr. Darcy, que durante um baile chamou a atenção de
todos, com suas características marcantes, como mostra o trecho a seguir:
[...] figura alta e elegante, belos traços,
ar nobre e pelo rumor, que circulou por toda parte cinco minutos após sua
entrada, de que sua renda chegava a dez mil por ano. Os cavalheiros afirmaram
ser ele um belo espécie de homem, as senhoras declararam que ele era muito mais
bonito do que o sr. Bingley, e assim o sr. Darcy foi observado com muita
admiração até a
metade da noite, quando suas maneiras provocaram uma decepção que mudou o curso
de sua popularidade, pois se descobriu que era orgulhoso, considerava-se
superior aos demais e era incapaz de se sentir bem naquele ambiente (AUSTEN,
2010, p.26).
Jane Austen aponta em seu texto, que Elizabeth não
havia caído no gosto de Darcy, e tal sentimento era recíproco. Com ambos as
primeiras impressões foram desagradáveis e deselegantes. Para Elizabeth, Darcy
era mesmo muito orgulhoso, e para ele, ela até poderia ser aceitável, só que
não tão bonita ao ponto de lhe tentar.
Percebe-se também que
suas realidades eram diferentes, pois os Bennet que eram pobres, não tinham as
mesmas condições de Darcy, que possuía uma boa vida financeira, era estudado e
tinha muitas posses.
Pode-se notar que Elizabeth e Darcy se viram
algumas outras vezes, mas suas opiniões de um quanto ao outro não haviam
mudado. Uma pessoa que também estava descontente com o caráter de Darcy era a
Sra. Bennet, como mostra este fragmento: “[...] ele é um homem horrível, muito
desagradável, a quem não vale a pena contentar. Tão arrogante e tão cheio de si
que não há como suportá-lo!” (AUSTEN, 2010, p.29).
Entretanto, como verifica-se ao fluir dos
capítulos, depois de alguns acontecimentos, Elizabeth e Darcy passaram a ser
amigos, e tudo aquilo que havia ficado para trás, pode ser visto de outra
maneira, e assim compreendeu-se tudo melhor.
Ao longo do romance contata-se que Darcy passou a realmente
gostar de Elizabeth, muito além de uma amizade, ele estava amando-a. Mas ela
não compreendia e nem correspondia a esse amor.
Conforme Austen, Darcy foi interpretado de forme
errada, pela família Bennet, logo que o conheceram, pois na verdade, ele não
era aquela pessoa tão má e orgulhosa como haviam dito. Após alguns fatos, como
por exemplo, ele ter ajudado a encontrar Lydia, quando ela fugiu, ter mudado
suas atitudes, ter se mostrado uma boa pessoa, como ele realmente era, fizeram
com que Elizabeth agora olhasse para ele com outros olhos.
Começava agora a compreender que ele era
exatamente o homem que, em natureza e talentos, mais lhe conviria. Sua
inteligência e temperamento, embora diferentes do dela, corresponderiam a todos
os seus desejos. Era uma união que traria vantagens para ambos: com a
espontaneidade e alegria dela, o gênio dele se suavizaria, suas maneiras
melhorariam; e, com o raciocínio, a cultura e o traquejo social que ele
possuía, os benefícios dela seriam ainda maiores (AUSTEN, 2010, p.316).
Durante a história, as características pessoais de
Elizabeth não mudaram, ela apenas começou a ver as coisas de outra forma. Viu
que se apaixonar e casar poderia ser algo prazeroso, e aceitar um amor que a
vida colocou em seu caminho, apesar de algumas dificuldades que enfrentara,
poderia lhe trazer enorme felicidade.
Portanto, nota-se que durante uma ida de Darcy a
casa de Elizabeth, eles decidiram conversar, e muito ali se esclareceu. Ela,
mesmo estando muito nervosa, quis se expressar diante daquela situação, como se
examina a seguir:
[...] obrigou-se agora a
falar; e no mesmo instante, embora sem muita influência, deu-lhe a entender que
seus sentimentos haviam sofrido tamanha mudança, desde a época a que ele se
referira, que a faziam agora receber com gratidão e prazer suas atuais declarações
(AUSTEN, 2010, p.371).
Percebe-se que, depois deste ocorrido, os dois
ficaram muito felizes, pois tudo se encaixou, e apesar da família ter ficado
surpresa e por parte receosa, no fim todos estiveram de acordo com a união de
Darcy e Elizabeth, que agora estavam noivos, sem mais “orgulho e preconceito”.
Conclui-se que a personagem Elizabeth Bennet,
realmente, mostrou-se uma moça diferente das demais, com seus pensamentos e
opiniões singulares, desafiando os valores da sua época, e que passa, aos
leitores, a mensagem de que, qualquer pessoa pode apaixonar-se verdadeiramente,
quando menos se espera. Ultrapassando, dessa forma, barreiras sociais,
financeiras e psicológicas, em que se pode, então, proporcionar a felicidade
tão desejada.
Referência:
AUSTEN, Jane. Orgulho e preconceito. vol. 842. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2010.
Parabéns Lilian, é muito bom ver o trabalho dos alunos expostos nas redes e trazer essas tecnologias para a sala de aula. Sucesso pra todos os envolvidos.
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